sexta-feira, 18 de agosto de 2017

SALVADOR DALÍ - ELEGIAS A GALA / POST BY JORGE LUIZ DE OLIVEIRA

- INTRODUÇÃO POR JORGE LUIZ DE OLIVEIRA...

* Aos que contemplam o Surrealismo, segue "Elegias a Gala", extraído do meu livro: "Dalí - a obra pintada". Editora TASCHEN - Edição de Lançamento em 2013. 

"Elegias a Gala

Fonte de vida
De noites sem manhãs
Posso ir ao jacto d'água
Onde vejo subitamente
A imagem tão amada
Que guardava gravada
No fundo das minhas entranhas.
Eu sei onde se encontra
O pão da vida
Tão branco
Que fechando os olhos
Continuo a ver por transparência
O pão da vida tão branco.
Sei onde está o forno
Com as chamas onde
Vejo prefigurada
A imagem tão amada
De Gala tão amada
Forno que as grinaldas totémicas
Ornam com o seu enfeite.
Sei onde se encontra
No fundo da terra
O bloco de mármore
Onde está encerrada
A imagem de Gala tão amada
Quatro elementos obcecando a minha Gala
Ar, água, fogo e terra
Que representam a minha Gala
Que eu conheci antes de nascer
Ar, ar! É ele que eu respiro
De noite e de dia
Vendo incessantemente a imagem da minha
Gala tão amada
A lembrança da minha Gala tão amada
Onde respiro sem cessar
De noite e de dia
O ar, o ar!
Da minha Gala tão amada.
No fundo sem manhãs
Cai sem fim a água
No jacto d'água do jardim
Onde vejo em detalhe
O retrato da minha Gala
Já não tão amada."

( Página 726 - Dalí - a obra pintada / Editora TASCHEN - 2013 )