segunda-feira, 11 de setembro de 2017

LORD BYRON "A UMA TAÇA FEITA DE UM CRÂNIO HUMANO" POST BY JORGE LUIZ DE OLIVEIRA

INTRODUCTION: JORGE LUIZ DE OLIVEIRA.

Atrozes leitores... Este novo Post é dedicado ao autor que eu tive a honra de defender a minha tese de TCC, aos 24 anos, em 2009... Estou falando de Lord Byron. "A Uma Taça Feita de um Crânio Humano" no original é: "Lines inscribed upon a cup formed from a skull". Datado de 1808 e traduzido por Castro Alves ( 1847 - 1871 ). Durante os rituais bacanais no cemitério, à noite, Lord Byron vilipendiou um monge... Fez do crânio do monge uma taça para beber vinho com seus colegas. Tal episódio bizarro, exótico, trespassou os séculos seguintes...

Segue abaixo o célebre poema de Lord Byron, traduzido por Castro Alves.

"A UMA TAÇA FEITA DE UM CRÂNIO HUMANO

Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás -- pobre caveira fria --
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.
Mas val guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
-- Taça -- levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor aí repousa?
É bom fugindo à podridão do lodo
Servir na morte enfim p´ra alguma cousa!..."

( LORD BYRON - 1808 / Tradução: Castro Alves )